24.8.06

Tempos de eleição!

Estamos nos aproximando das eleições, que ocorrerão em outubro, para a escolha dos seguintes cargos eletivos: Presidente da República, Senador, Deputados Federal e Estadual e Governadores.

Após a sensação de desilusão que tive com a quadrienal gestão petista, mantive durante um período a idéia fixa de votar nulo e para isto contribuiram diversas campanhas que diziam que caso mais de 50% dos eleitores votassem desta forma, novas eleições seriam convocadas, com o conseqüente afastamento daqueles que estavam concorrendo naquele pleito. Hoje, comprovada a inveridicidade da notícia, afastei também tal possibilidade.

Não concordo com a postura petista [imposta principalmente pela alta cúpula] e com a falta do único baluarte com o qual cheguei a convencer algumas pessoas a dar oportunidade para uma experiência com a esquerda no poder: o moralismo no tocante a coisa pública!
As sucessivas tentativas de operação abafa em alguns escândalos que insistiam em vir à tona, mostraram-me uma faceta que até então não havia percebido: a de que o PT [ou pelo menos a alto clero do partido], infelizmente, era igual àqueles a quem sempre criticaram.

Entristece-me ouvir das pessoas que eu não deveria/poderia confiar nos políticos e que todos são iguais! Isto sempre soou de forma agressiva, pois a partir desta premissa acredito que não posso nunca confiar no ser humano! Faço algumas afirmações como a de que "o que temos no Congresso Nacional e outras instituições de poder é um reflexo do que é a sociedade brasileira de uma forma geral"; a diferença é que lá a corrupção se manifesta em larga escala, pois são tentados mais freqüentemente e com tentações mais suntuosas!

Resta, para mim, dar uma guinada mais a esquerda uma vez que o PT, partido pelo qual sempre nutri uma grande simpatia, adotou moveu-se para uma nova postura mais centrista! Vislumbro poucas possibilidades, mas só cogito utilizar do meu instrumento de participação neste processo, que é o voto, fazendo a opção por Heloisa Helena ou Cristovam Buarque [este último porque não tenho dúvida de que é o que tem uma maior preocupação com o sistema educacional no nosso país].

Como não nutro a expectativa de mudanças através de um diálogo com a elite, diálogo este que hoje entendo como estéril, gostaria de ver alguém que causasse um certo frisson nesta elite que não quer ceder nem um pouco da sua parcela de poder!

Ainda que digam se tratar de um discurso retrógrado, ultrapassado, que não podemos tomar determinadas atitudes por conta do processo de globalização e pela inserção do nosso país neste modelo, afirmo que enquanto este modelo não se mostrar como um minimizador das desigualdades sociais e não começarmos a sentir na pele, aqui embaixo, melhoras palpáveis serei contrário ao mesmo.

Pensar de forma coerente sobre o que queremos em termos políticos é o que se espera neste últimos meses antes da nossa definitiva escolha. Penso que os que querem a continuidade deste modelo ou que ainda conseguem acreditar na gestão Lula devem votar na permanência do atual presidente; mas os que acreditam na possibilidade de mudança terão que fazer uma opção diferente da dupla Lula/Alckmin.