17.8.10

Os sentimentos numa relação

Ultimamente venho me questionando muito a respeito de comportamentos e sentimentos que envolvem duas pessoas [e por vezes três, quatro].

Obviamente não existem receitas prontas para que as coisas dêem certo entre as pessoas, dadas as peculiaridades de cada um. Acredito, porém, que certamente existem coisas que tendem a fazer com que as coisas andem num bom nível entre a quase totalidade dos casais.

Sempre que iniciamos uma relação, temos aquelas sensações gostosas que qualquer uma pessoa, minimamente interessante, pode fazer com que aconteça: saudade, ansiedade em ver, ouvir, falar ou qualquer outra coisa que permita um "contato" com o ser amado, a tortuosa espera pelo momento do reencontro, o pensar constante no outro e nas boas coisas feitas e ditas por ambos.

Mas o tempo passa e nos acostumamos a essas sensações. Não é que deixamos de gostar da pessoa, mas esses elementos tão gostosos diminuem, talvez pelo fato de vermos a pessoa com uma certa frequência ou pela própria natureza humana, capaz de se acomodar adaptar a situações [nesse caso penso que é uma adaptação que todos dispensariam de bom grado, optando por viver aquelas sensações sempre].

E penso que relações mais longas sofrem alguns desgastes pelas diferenças, pelo convívio [que nem sempre é fácil], pelas coisas pequenas que irritam um ou outro e que vão se acumulando com o correr do tempo.

É possível que em momentos de dificuldade, uma relação e os valores das pessoas envolvidas possam ser testados, principalmente quando surge alguém com a capacidade de provocar todas aquelas sensações que o nosso parceiro já não consegue mais fazer vir à tona.

Não é tão fácil determinar de antemão como vai ser o comportamento de cada um em situações assim, mas não duvido que muito do que acreditamos [dentro de uma relação] vai ter um peso considerável em momentos assim. Obviamente que ninguém [ou poucos] são, neste aspecto, infalíveis,.

Eu já aprendi que é importante deixar sempre o nosso parceiro seguro quanto à forma com que esperamos nos comportar em situações de risco, mas decerto que nós mesmos passaremos a nos conhecer melhor a partir de experiências, de vivências.

Pude comprovar, estando dos dois lados da situação, que garantias sem cuidados nem sempre trarão o resultado que é esperado pelo nosso parceiro. E constatei que tudo depende do que ambos construíram e acreditam, dentro da relação. Mas é possível "entender" que há momentos nos quais fraquejamos e fugimos da proposta inicial.

É, pode-se ver como as coisas nem sempre são simples quando há sentimentos envolvidos, até porque eles podem oscilar numa mesma relação. A questão é: se ele não é capaz de segurar a "onda", temos como confiar apenas nos valores do outro?