Eu, que tenho me posicionado como um ateu há alguns anos, gosto de conversar sobre religião, ainda que para muitas pessoas com quem converso, isto seja algo infrutífero. Ainda assim, acho que podemos ouvir as opiniões e pensar sobre elas posteriormente.
E dentro deste tema, fui presenteado, há algum tempo, por minha namorada [valeu, minha gata :*] com duas obras, cujas leituras estão entre os meus objetivos para o ano de 2011: "Deus, Um Delírio", de Richard Dawkins, que conclama a uma reação contra a crescente onda de imposição religiosa que assola os tempos atuais, e seu contraponto "O Delírio de Dawkins", de Alister McGrath, em que o autor busca combater os argumentos de Dawkins, onde tenta desqualificar os argumentos utilizados por aquele.
Assim que lê-los tentarei colocar aqui as minhas impressões sobre os mesmos. Por ora, manifestarei apenas o meu desapreço cada vez maior por esta obrigatoriedade de se vincular a uma religião para ser benquisto socialmente como alguém respeitável e com bons valores morais verdadeiramente edificados.
É como se só conseguisse entender, respeitar e se vincular moralmente aos valores basilares de uma sociedade os que professem alguma religião.
Entendo que o temor a qualquer deus não seja obrigatório para entender quais são os valores que norteiam uma sociedade. Penso que uma educação que seja baseada em virtudes, possa ser capaz de moldar o comportamento de qualquer pessoa. O grande entrave, no entanto, é o fato de já vivermos numa sociedade, que mesmo pregando a sua fé na existência de um deus [e no caso específico da sociedade brasileira, no deus judaico-cristão], é extremamente corrupta.
A verdade é que eu que já não acredito em nenhuma força extraterrena [exceto as físicas] também já estou cansado desta hipócrita sociedade "espiritualizada". Até acho que numa sociedade cada vez mais decandente, em termos de valores, como a nossa, os entraves que as pessoas possam encontrar para refrear seus ímpetos de cobiça e egoísmo extremos são necessários. Entraves como as leis [e percebam que nosso país deve ser dos que mais produzem leis no mundo] e as religiões passam a ser aliados para tentar impregnar um pouco de temor nas pessoas, tentando fazer com que sejam um pouco mais comedidas nas suas ações.
O que importa, para mim, ao final disto tudo, é que as religiões só se mostram necessárias por conta das degradantes sociedades nas quais elas estão inseridas. E, paradoxalmente, quanto mais degradado e miserável um povo ou nação, provavelmente, mais religiões e seguidores "fieis" elas terão.
Um comentário:
Concordo plenamente que o carater de uma pessoa não deve ser medido por conta de suas escolhas religiosas, assim como não devem ocorrer julgamentos por conta de orientação sexual, por exemplo.
Infelizmente muitas pessoas ainda não admitem a idéia - e realidade - que cada pessoa possui suas particularidades e escolhas que torna cada um único [único dentro de sua complexidade].
As bases de uma sociedade ainda são a familia - que passa por uma crise sobre o seu papel-, a escola - que vem sendo sobrecarregada já que os pais, em muitos casos, transferiram suas funções de educar -, e a religião - que ainda é um grande controlador social.
Não sei se a religião é necessária por conta da deficiência educacional que temos, na dificuldade que a familia tem de "implantar" valores no individuo, mas de qualquer sorte, ainda entendo este como um "mal" necessário.
beijo
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